É dos passeios turísticos que mais se fazem em Marrocos: uma visita ao local onde são os curtumes.
Este é o processo de curtir couros, ou seja, onde se trabalham as peles para depois terem diferentes utilizações.
Muitos dizem que os curtumes (também conhecidos como tanneries, nome em francês para curtumes) de Fez são os mais conhecidos em Marrocos. Mas os de Marraquexe são muito mais pequenos mas também interessantes de visitar.
O local de trabalho, nos curtumes, parece uma colmeia cavada na pedra, com vários buracos onde é dado o tratamento líquido às peles. Há um primeiro passo e depois passam os couros para os tanques das cores, que ficam de molho cerca de quatro dias.
Dizem que o cheiro é muito intenso e que, quem visita pela primeira vez, sente-se um odor difícil de aguentar. Por isso, dão muitas vezes raminhos de hortelã para colocar à frente do nariz, de forma a não sentir de forma tão forte o odor dos curtumes em tratamento.
Vídeo do curtume de Marraquexe
Também em Marraquexe as “tanneries” são muito visitadas por turistas. Nesta cidade são tingidos também, além das peles e couros, fios de lãs e seda para a produção de tapetes, por exemplo.
O couro vem principalmente de peles de vaca, carneiro e cabra. São todas tratadas nos tanques em separado. Primeiro com sal, secas ao sol, e com a remoção dos pêlos.
As peles são depois passadas em cal, lavadas e o tratamento inclui também uma passagem por fezes de pombo, antes de ir para a seca. Só depois são passados pelos tanques com tintas.
Os tratamentos e pinturas são todos feitos manualmente, tal como manda a tradição. É um trabalho pesado, já que os trabalhadores passam muitas horas seguidas dentro dos tanques, com as pernas e braços mergulhadas nos compostos.
E depois do primeiro tratamento, os trabalhadores também ficam com os membros dentro dos tanques com as cores para serem tingidas – imagine com que cores ficam no corpo… Depois disso, as peles ficam prontas para serem secas ao ar livre, nos telhados na Medina.
Por muito rudimentar que pareça o tratamento tradicional, o resultado tem muito sucesso e as “marroquinarias” são exportadas para todo o mundo. Os couros aqui tratados são muito usados no artesanato marroquino, desde malas, carteiras, calçado, como as babouches, e instrumentos musicais, por exemplo.