Marrocos tem uma história muito ligada ao judaísmo. Actualmente a presença de judeus em Marrocos é diminuta mas nem sempre foi assim.
A presença de judeus em Marrocos remonta há muitos séculos e há até quem refira o século 1 d.C.. Reza a história que, na época do rei Salomão, muitos judeus trabalhavam como mercadores e no negócio do ouro.
Marrocos também foi casa de inúmeros judeus que foram expulsos de Espanha no século XV pelos reis católicos. Em 1948 a comunidade de judeus marroquina era a maior do Norte de África, contando com cerca de 265 mil pessoas, ou seja, 10% da população local.
E foi nesse mesmo ano que, com a constituição do Estado de Israel, existiram várias manifestações com mortes entre judeus em Oujda e Djerada. Estima-se que perto de um milhão de judeus sejam provenientes de Marrocos e que estejam em Israel, mas também a viver nos Estados Unidos, Canadá e França.
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Marrocos tornou-se independente em 1956 o que parou, durante algum tempo, a imigração de judeus. Mais tarde, por volta de 1959, qualquer coisa que estivesse relacionada com o sionismo era ilegal em Marrocos, por isso a única opção era fugir. Milhares de judeus refugiaram-se em França e também nas Américas – muitos foram para o Brasil, por exemplo.
Curiosidade: Mellah é um antigo bairro judeu que pode visitar em Marraquexe. Tem uma praça e uma das mais antigas sinagogas da cidade marroquina, datada do século XVI. O Mellah tinha uma porta fortificada e era rodeado por uma muralha. Era uma zona de protecção.
Está documentado que o primeiro Mellah existiu na cidade de Fez na primeira metade do século XV. Em várias cidades foram criados Mellahs, como em Rabat ou Tetuão, por exemplo. Com a criação do Estado judeu, as fortificações foram sendo abandonadas.
Ainda em Marraquexe existe um cemitério judeu, que pode ser visitado. Actualmente em Marraquexe devem exstir pouco mais de 300 judeus. Apesar de Marrocos ser terra do Islão, todos os anos os judeus veneram os santos.É o caso do mais importante santuário judeu em Marrocos: de Amran Ben Diwan. Um santo enterrado há 250 anos nas montanhas de Ouazzane, a cerca de 200 quilómetros da cidade de Rabat.
Mas, recuando um pouco na história de Marrocos, deve saber que este país foi invadido pelos árabes em 682 d.C.. Daí que o Islão se tenha tornado a principal religião e que os judeus obviamente não seguiram.
A comunidade judaica de Marrocos acolhe actualmente cinco mil pessoas, sendo que a maior parte (cerca de 2 mil) está em Casablanca, onde também existe o Museu do Judaísmo, fundado por Simon Levy.
O museu é único no mundo árabe. Recebe exposições de fotografia, escultura e pintura. É um espaço que também apresenta as sinagogas marroquinas, biblioteca e documentos que relatam o judaísmo.