Festival de Fez • Música Sagrada do Mundo

Festival de Fez • Música Sagrada do Mundo

O Festival de Fez acontece entre os meses de Maio e Junho de todos os anos e em 2019 completou o seu vigésimo sexto aniversário. O Festival de Fès des Musiques Sacrées du Monde (ou “Músicas Sagradas do Mundo“) reúne nos principais monumentos de Fès, artistas de todo o planeta com diferentes influências culturais.

Para se ter uma ideia da importância deste movimento, em 2001, o Festival de Fez recebeu das Nações Unidas a qualificação de ser um dos eventos que mais ajudou a progredir o diálogo entre as civilizações.

Programa do festival

Na edição de 2019, entre os grandes nomes que se apresentaram no evento foram Marcel Khalife e Sami Yusuf

  • Marcel Khalife nasceu em 1950 em Amchit, no Líbano, e é um compositor, cantor e oudista libanês, que considera a si mesmo como um músico árabe. De 1970 a 1975, ele estudou e ensinou o oud no conservatório de Beirute. Em 1976, criou o conjunto Al Mayadeen e tornou-se famoso internacionalmente, especialmente por suas canções Oummi (minha mãe), Rita w’al-Bunduqiya (Rita e o fuzil) e Jawaz as-Safar (passaporte), inspiradas nos poemas de Mahmoud Darwich.
  • Sami Yusuf nasceu em Teerão, Irão, em julho de 1980, e é um cantor, compositor e multi-instrumentista de uma família de origem azeri. A música de Sami Yusuf inclui principalmente canções relacionadas ao Islão e sobre ser um muçulmano no mundo de hoje e sua intenção com seu trabalho é passar a verdadeira mensagem de amor, tolerância e misericórdia do Islamismo. Em 2006, o cantor foi considerado pela revista Time como “a maior estrela do rock do Islão“, apesar de lançar canções com um género bem mais pop. Em julho de 2009, recebeu um doutorado da Universidade de Roehampton por sua grande contribuição para a música. Graças ao sucesso de seu primeiro álbum Al-Mu’allim e suas músicas muito animadas, misturando diferentes influências culturais, Sami Yusuf é apreciado tanto no Oriente quanto no Ocidente. 

Um festival que inspira

Sob o patrocínio do Rei Mohammed VI (Maomé VI), o Festival de Fez de Música Sagrada Mundial e seu Fórum, criados respectivamente em 1994 e 2001, fazem parte da tradição académica, artística e espiritual da cidade. Magnético, o evento atraiu artistas de renome internacional de todas as esferas da vida, compartilhando a busca pelo sagrado.

Para citar apenas alguns: Björk, Ben Harper, Paco Lúcia, Ravi Shankar, William Christie, Barbara Hendricks, Jessie Norman, Jordi Savall e Montserrat Figueras, Tereza Berganza, Jean-Claude Casadesus, Youssou N’Dour ou Salif Keita.

O festival também não deixa de revelar novos talentos, como músicos e poetas que estão iniciando a sua carreira. Nos últimos anos, sob a liderança de seu director artístico, o Festival de Fez também iniciou criações multidisciplinares de larga escala apresentadas na abertura. 

A difusão deste “Espírito de Fès” inspira a criação de eventos similares e mobiliza a cada ano até 100 mil habitantes e turistas a virem celebrar a música e a cultura em Marrocos.

E a mensagem do festival é bem definida: incentivar o diálogo das espiritualidades por meio da música e promover uma cultura de paz, que favorece uma globalização plural e respeitosa dos valores éticos e espirituais.

Fez – o palco ideal

Fez é a segunda maior cidade de Marrocos e é um paraíso para os amantes da cultura e das artes, que podem visitar das suas avenidas mais largas e arborizadas, com prédios modernos, à sua medina barulhenta e de ruas estreitas e irregulares, com prédios simples, que escondem verdadeiros tesouros por dentro.

O que faz a beleza e a magia da medina é a humildade de personagens que andaram ou viveram em suas ruas e suas vidas são como estrelas cadentes que teriam caído no labirinto de riads, que por trás de seus muros ocultam fontes, jardins e uma bela arquitectura.

A cidade de Fez, muito antes das grandes metrópoles de Marrocos, já possuía a capacidade de integrar fenómenos migratórios, nas costas de mulas e camelos, e uma abundante literatura circulava muito antes do advento da Internet e do streaming.

A ciência e a espiritualidade estavam em osmose, onde cada pedra de seus becos e palácios exala o perfume maravilhoso de uma autenticidade, um milagre do tempo, despertando um fascínio quase esotérico.

E certa vez o cantor Jim Morrison disse com razão: “nós nos escondemos na música para nos revelar“. A música é capaz de passar diferentes sensações aos ouvintes e um festival é capaz de transportar a todos para uma outra realidade, sempre bela e energizante.