Filmes Marroquinos - A Indústria do Cinema em Marrocos

Filmes Marroquinos – A Indústria do Cinema em Marrocos

Poster do filme marroquino Casanegra
Poster do filme marroquino Casanegra

Não, não vamos falar de “Casablanca”, porque a produção deste filme foi norte-americana.

Actualmente, Marrocos é o maior produtor de filmes do Magrebe, e o segundo maior de África, a seguir à África do Sul. Em 1946, foram construídos estúdios de cinema em Rabat, um investimento que cedo se mostrou útil.

Entre os anos de 1945 e 1949 – sim, em apenas 4 anos – foram produzidos mais de três dezenas de filmes marroquinos. Entre esses destacam-se “A Sétima Porta”, que apresenta a vida do dia-a-dia dos marroquinos, e “Noce de sable”, que mostra a trágica história de dois amantes. Ambos realizados por Andrew Zwoboda.

A destacar, entre os filmes marroquinos mais marcantes, “Six Douze” foi considerados um dos mais destacados filmes porque mostrava a realidade marroquina, como nenhum outro o tinha feito até então. O filme é de Rechichi, A. Bouanani e MA Tazi.

As primeiras longas metragens marroquinas surgiram no final dos anos 60 e mostravam a vida rural e o trabalho nos campos. Estão dentro deste tema, as películas de L. Bennani e A. Ramdani com “Quand mûrissent les dattes” e L. Lahlou com “Soleil de Printemps”.

Outros dos filmes mais conhecidos é “Ali Zaoua: Prince of the streets”, que conta a história de vida de vários rapazes sem-abrigo marroquinos. O filme de Nabil Ayouch, lançado em 2000, conseguiu mais de 40 prémios em festivais de cinema, por todo o mundo.

Filme Ali Zaouia – Prince of the Streets

Vídeo com o filme inteiro do “Prince of the Streets”.

Mas, tudo começou antes. Foi durante a década de 70 que o cinema marroquino lançou o que chamaram de duas obras-primas da Sétima Arte. “Weche”, de H. Bennani e “Mille et Une Mains”, de S. Ben Barka.

O primeiro apresenta-se como uma análise profunda da linguagem do cinema e o segundo mostra o mal-estar social vivido naquela época, através da história da vida de uma família de tintureiros de Marraquexe.

Nos anos 80, a produção cinematográfica marroquina teve um apoio financeira do governo e aí surgem ainda mais filmes que se destacaram, como “Une porte sur le ciel” de Farida Benlyazid. Lançada em 1988, a película é passada em Fez e apresenta um retrato do Islão moderado.


Outros filmes marroquinos muitos conhecidos e multipremiados são “Em Casablanca, os anjos não voam” por Mohamed Asli, o “Mémoire en détention” de Jilali Ferhati, “Le Grand Voyage” de Ismaël Ferroukhi e “L’Enfant endormi” de Yasmine Kessari que, sozinho, ganhou 21 prémios em festivais de cinema.

Trailer do Filme Mémoire en détention

A importância do cinema marroquino tem sido crescente. E em Maio de 2005, Marrocos foi o primeiro país árabe a abrir a nova secção do Festival de Cannes “Cinemas du Monde”, o que só veio confirmar a sua importância no panorama da Sétima Arte.

Mas não é só cinema marroquino que se faz em Marrocos.

Em Ouarzazate, nos estúdios de cinema, já foram filmados muitos filmes de Hollywood. É o caso de “The terrorist hunter”, “The Hills have Eyes”, “The Kingdom of Heaven”, “Prince of Persia: The sands of time”, “Gladiator”, “Babel” ou “Mummies: Secrets of the Pharaohs” e muitos outros. Entre estes estúdios e os de Rabat foram rodados mais de 140 filmes estrangeiros entre 2006 e 2010.

Trailer do Filme Kingdom of Heaven

Este filme foi todo filmado em Ouarzazate, nos Estúdios CLA.

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