Tétouan Marrocos (ou Tetuão) é uma cidade hispano-mourisca no norte de África, cheia de história e com cerca de 320 539 habitantes. Ela faz parte do Rif (Rife), uma região montanhosa do norte de Marrocos e também está próxima ao mar e de belas praias com clima ameno durante todo o ano.
Em Berbère “Titaouin” significa nascentes. Uma particularidade sobre Tétouan, é que no século XV foi desenvolvido uma rede de canalizações a partir de nascentes próximas à cidade.
Tais nascentes alimentam as casas e diversas fontes do Skoundou, uma grande rede de canalizações subterrâneas. Essa rede também fornece água potável às mesquitas, edifícios públicos, fontes e hammams.
O trabalho de zellige (azulejo tradicional) é uma das profissões mais artísticas da cidade de Tétouan, por sua técnica de modelagem, cores e acabamentos de superfície que lhe conferem uma singularidade e autenticidade especial.
Tétouan também é conhecida pela mestria da pintura em madeira, que resultam em trabalhos variados e muito belos feitos pelas mãos dos artesãos.
História de Tétouan
A presença do homem na região de Tétouan é atestada desde os tempos pré-históricos. Graças a escavações feitas na cidade de Tamuda, a menos de 10 km de Tétouan, foi descoberto que a história desta ultima começou no século III a.C.
Romanos e Fenícios foram os primeiros a chegarem à cidade, que foi construída e destruída diversas vezes, ao longo das invasões que sofria.
O local da cidade é mencionado pela primeira vez pelo geógrafo andaluz Abu Oubayd Al Bakri no século XI. Em seu livro “Al Masalik wal Mamalik” (Os Caminhos e Reinos), ele descreve com precisão a jornada entre Sebta e Tittawane e a menciona como uma cidade com um Kasbah e um farol.
De acordo com o historiador Ali Ibn Abi-Zar’, a fundação da cidade aconteceu sob a ordem do Sultão Abu Thabit Amir, uma vez que o local servia como base para atacar Ceuta, então ocupada pelas Nasridas do Reino de Granada. No entanto, seria apenas uma reconstrução ou ampliação da cidade que já existia antes.
Com a conquista de Ceuta pelos portugueses em 1415, Tétouan torna-se uma base estratégica para campanhas militares contra os ocupantes e também serve como o principal porto para o Mar Mediterrâneo.
Além disso, de acordo com o cronista Gomes Eanes de Zurara, a cidade é destruída em 1437 por Dom Duarte de Meneses, filho de Dom Pedro de Meneses, primeiro capitão geral de Ceuta.
O governador e fundador de Chefchaouen, Moulay Ali Ben Musa Ben Rachid El Alami, chamado “Berraxe” pelos portugueses, enviou um comandante competente a Tétouan para construir um muro de proteção na cidade.
Assim, Abu-Hassan Ali Al-Mandri, um comandante andaluz de Granada que estava em Marrocos durante a Reconquista, voltou para a cidade da qual ele se tornou governador e arquiteto. Ele é considerado o reconstrutor de Tétouan.
Após sua morte, sua esposa Sayyida al-Hurra (também chamada Sitt al-Hurra), filha de Ben Rachid, o sucede como governadora da cidade e exerce poder real sobre aquela parte do norte de Marrocos.
Tempo depois, o sultão Wattassid de Fez Abu al-Abbas Ahmad bin Muhammad casa-se com ela e reconhece oficialmente seu poder sobre toda a região a oeste do Rif.
Tétouan conheceu nos séculos XVII e XVIII um grande crescimento graças ao seu status de porto mediterrâneo em contato com Marselha, Livorno e Alexandria. Contudo, a cidade experimentou um grande declínio posteriormente, cujas as causas são principalmente políticas.
Primeiro, a atividade comercial portuária e os consulados foram transferidos para Tânger, um porto capaz de acomodar navios maiores. Depois, uma grande epidemia de peste (setembro de 1818 a maio de 1819) causou a morte de 6259 pessoas, o equivalente a um quarto da população de Tétouan.
A cidade é ocupada pelo exército espanhol de 1859 a 1862 após a guerra hispano-marroquina (1859-1860) , que levou à cessação das atividades económicas e à fuga de parte dos habitantes para Tânger, Gibraltar e Oran.
Ao final da Guerra de 1860, a Espanha ocupou Tétouan, retirando-se somente dois anos depois, com o recebimento de indenizações. Contudo, os espanhóis retornaram em 1913, fazendo de Tétouan a capital do protetorado Espanhol no Norte de Marrocos e a cidade permaneceu assim até assinar o acordo de Independência em 1956.
Tétouan foi visitada em junho de 1883 pelo explorador francês Charles de Foucauld, que menciona a boa saúde econômica do “bairro judeu mais limpo e melhor construído que já vi em Marrocos”. Enquanto algumas áreas periféricas estão caindo em ruínas.
Depois da ocupação espanhola em 1913, Tétouan tornou-se a capital do protetorado espanhol de Marrocos. Este período é caracterizado pela luta principalmente política entre a administração espanhola e os nacionalistas do Partido Nacional Reformista da Turquia, cuja personalidade principal é Abdelkhalek Torres.
Em 1936, a capital do protetorado hispânico foi uma das primeiras cidades controladas pelos nacionalistas que apoiaram o general Francisco Franco durante a eclosão da Guerra Civil Espanhola.
Por fim, Tétouan retornou ao reino independente de Marrocos em abril de 1956.
Quando Visitar Tétouan
As temperaturas de Tétouan geralmente são muito agradáveis durante todo o ano, com pouca ocorrência de chuva.
A melhor época para visitar Tétouan é da metade de Março ao começo de Julho e da metade de Setembro ao final de Dezembro, quando o clima não está muito frio e nem muito quente e também quando não há muita incidência de chuvas.
Se está procurando o momento mais quente para visitar a cidade, os meses mais quentes são Agosto, Julho e Setembro. No início de Agosto as máximas giram em torno dos 31,7 ° C, com temperaturas raramente menores do que 21,3 ° C à noite.
Se o tempo seco é o que procura, os meses com a menor chance de precipitação são Julho, Junho e Agosto. A menor chance de chuva ou neve ocorre do final de Maio ao início de Junho. As estações meteorológicas não relatam uma porcentagem de neve anual em Tétouan.
O mês menos úmido é Julho (52,1% de umidade relativa), e o mês mais úmido é outubro (65,8%). E o vento em Tétouan é geralmente moderado, sendo Março o mês com mais vento, seguido por Fevereiro e Abril.
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Encontrando-se no interior, Fez pode ter verões cruelmente quentes, devendo uma visita à cidade em Julho e Agosto ser feita apenas por pessoas que se sintam excepcionalmente bem com temperaturas elevadas.
De uma forma geral as melhores épocas do ano para se visitar a cidade serão as que antecedem e se sucedem ao Verão, ou seja, em Abril e Maio e depois em Setembro e Outubro. Mas com sorte apanhará um tempo agradável. Novembro será uma boa opção, com boas probabilidades de apanhar dias adequados para explorar a cidade e sendo o mês do ano em que existem menos turistas por ali.
Tétouan: Guia de Viagem
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