Esta é uma lenda muito antiga, sendo especialmente conhecida no sul de Marrocos, na região do Sous, e nas montanhas do Atlas. Segundo a história, existia um djinn feminino que costuma aparecer sob a forma de uma mula, vagueando por cemitérios durante a noite. Quando alguém a tenta montar, ela leva o infortunado para um cemitério e começa a escavar a sua campa.
Diz-se que ela é o espírito de uma viúva que não obedeceu à tradição de vestir de branco e evitar qualquer contacto com um homem durante quarenta noites após o falecimento do marido.
Segundo a lenda é mais fácil ouvi-la do que efectivamente vê-la. Relincha como uma mula comum, mas escuta-se sempre um chocalho que a acompanha. Este contacto é considerado como um evento de má sorte, podendo trazer doença, loucura ou mesmo morte.
Algumas pessoas dirão que a mula é na realidade metade animal e metade mulher.
Outra variante da história diz que qualquer mulher que não siga os ritos se transformará numa mula durante a noite, atacando qualquer pessoa que tenha o infortúnio de se cruzar com ela, e voltando à sua forma original ao raiar da madrugada. Se um humano vir uma mula após o sol posto, deverá colocar uma faca no solo, uma forma de forçar a mulher transformada a regressar à sua forma normal. Há quem diga que a Mula receia qualquer elemento metálico e recuará perante a existência de um objecto feito de materiais metálicos.
Note-se que muitas pessoas acreditam que, mais do que uma lenda, a história é real, e há sempre alguém pronto a jurar já ter visto com os seus próprios olhos a mulher transformada em mula, ou mesmo uma mulher a transfigurar-se em besta ao cair da noite.