Volubilis Marrocos

Como é participar no Tour de Grupo a Marrocos: 7 dias explicados ao detalhe

A pedido de muitos viajantes, criamos uma página explicativa de como é o dia-a-dia do nosso tour de grupo a Marrocos. Conseguirá assim ter uma noção detalhada de como é viajar a Marrocos, participando na nossa viagem de grupo.

A convite do Marrocos.com, a Sónia Justo escreveu como foi viajar connosco. Além dos vários tours privados à sua disposição, temos ainda uma vez por mês, uma viagem de grupo com saída de Marraquexe em direcção ao Deserto do Saara.

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Itinerário da viagem até ao Deserto do Saara:

  • Dia 1 – De Lisboa até Marraquexe
  • Dia 2 – Marraquexe, Telouet, Ait Benhaddou, Ouarzazate
  • Dia 3 – Ouarzazate, Vale do Draa, Dunas de Erg Chebbi
  • Dia 4 – Erg Chebbi, Gargantas do Toda, Ouarzazate
  • Dia 5 – Ouarzazate, Óasis de Fint, Marraquexe
  • Dia 6 – Marraquexe
  • Dia 7 – De Marraquexe até Lisboa

A Sónia, é uma mulher de 41 anos que trabalha em Recursos humanos como responsável da parte do payroll de uma grande produtora de televisão em Lisboa – Portugal. Há 3 anos depois de um susto com a saúde decidiu abrandar o ritmo de trabalho e começar o blog “Lovely Lisbonner” – Um blog de viagens e lifestyle sobre Lisboa e o mundo. O ritmo não abrandou, pelo contrário, mas agora é mais feliz e realizada, não tão focada no trabalho, mas sim em viajar.

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Vamos lá então seguir o dia-a-dia da aventura da Sónia na nossa viagem de grupo 7 dias em Marrocos por 430 Euros » Marrakech até Deserto do Saara »

Antes da Viagem: preparativos para Marrocos

A Sónia sempre quis conhecer Marrocos, mas por várias razões acabou sempre por adiar. Este ano decidiu passar o seu aniversário em viagem, algo que também já queria fazer há muitos anos mas que também foi ficando sempre sem concretizar. Já tinha lido vários relatos do tour do Marrocos.com e em Março de 2017 decidiu que este aniversário ia ser muito diferente.

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Foi a primeira vez que viajou sozinha para outro continente, foi a primeira vez que passou sete dias com pessoas que nunca tinha visto na vida, e foi a primeira vez que passou um aniversário em viagem.

Que comece a aventura.

Dia 1 – De Lisboa a Marraquexe

A passagem aérea

  • O tour começou no dia 7 de Novembro, altura que chegámos ao aeroporto de Marrakech.
  • Depois no dia 8, bem cedo, às 9h da manhã estamos a partir para Ouarzazate.
  • As viagens de grupo do Marrocos.com começam no dia 7 de cada mês.

“Há um tour de grupo todos os meses por isso poderá organizar a sua viagem com alguma flexibilidade. Reserve com antecedência porque os lugares esgotam com facilidade.”

A Tap tem 2 voos com partida de Lisboa (Aeroporto Humberto Delgado) com destino a Marraquexe (Aeroporto de Menara). Um com partida às 09h25m (chega a Marraquexe às 11h00m) e outro com partida às 14h00m (chega a Marraquexe às 16h15m). O tempo de voo é de 2h15m e a hora local em Marraquexe é a mesma de Lisboa.

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Escolhi o voo da manhã, para poder ainda aproveitar o resto do dia livre antes do tour começar, e conhecer a cidade. Não planeei nada com antecedência para este dia. Pensei que à chegada, ou encontraria outros participantes no tour e combinaríamos algo em conjunto, ou no caso de eu chegar antes dos outros, de certeza que no Riad me dariam todas as informações necessárias para conhecer a cidade.

As Formalidades de Embarque/Desembarque

Para quem vem de Lisboa, tal como eu, aconselho que cheguem ao aeroporto com tempo, para não terem stress desnecessário. O Aeroporto de Lisboa depois das últimas obras de ampliação está enorme e cada vez com mais tráfego. O que consequentemente significa mais pessoas, mais filas e mais tempos de espera. Ultimamente tenho viajado sempre dentro da europa pelo que as formalidades de embarque acabam por ser mais simples e rápidas.

Eu cheguei com 2 horas de antecedência, e acreditem que foi sempre a andar, sem paragens para pequeno-almoço ou café. Para quem não tem passaporte Europeu, ou electrónico aconselho as 3 horas de antecedência. Já tinha feito o check-In online no dia anterior e agora fui embalar a mala com aquela película protectora e que podem colocar um dispositivo para rastrear a vossa bagagem (muito útil no caso de extravio), e depois fui entregar a mala no drop-off de bagagens. Aqui foi relativamente rápido, as filas por norma são grandes mas avançam rápido.

Agora é que começa a parte que demora mais tempo, a passagem pelos vários controlos. As filas de controlo de passaportes antes de chegarmos à zona das portas de embarque eram enormes. A fila dos passaportes da união Europeia era mais pequena, mas mesmo assim muito demorada, uma vez que existiam várias pessoas com crianças e mobilidade reduzida e tinham sempre prioridade, pelo que passavam à frente e a sensação que eu tinha era a de que a fila não andava.

Eu sei parvoíce minha, que devia ter ido logo tentar as máquinas para o passaporte electrónico, mas como o meu passaporte antigo ainda não era electrónico e este sistema é novo, acho que estava em modo “piloto automático” e acabei por ir para a fila. Depois de 45 minutos de espera olhei para o outro lado e vi a indicação de passaportes electrónicos e lembrei-me que o meu agora também já era electrónico.

Decidi sair da fila e ir à procura das máquinas, a senhora Italiana à minha frente não quis ir comigo mas garantiu-me que me guardava o lugar caso eu não conseguisse e tivesse de voltar para a fila. Imaginem, eu quase a chegar à minha vez e de repente saio da fila, toda a gente a olhar para mim com ar de quem estava a pensar “oh, arrependeu-se!”.

Perguntei a um funcionário se eu estava no local correcto e se não haviam máquinas para os passaportes electrónicos, ele disse-me que estava no local certo, e que podia tentar nas máquinas mas que haviam muitas pessoas que não estavam a conseguir. Tentei e “voilà” reconhecimento do passaporte, e reconhecimento facial OK e estou na zona das portas de embarque. Agora sim vou tomar o pequeno-almoço (café da manhã) e esperar pelo voo.

O voo decorreu sem percalços, apesar do atraso de 30 minutos, depois de uma refeição ligeira é-vos entregue um formulário para preencherem com os vossos dados e que têm de entregar às autoridades no controlo de passaportes à chegada a Marraquexe.

Este formulário é obrigatório, e sem o terem completamente preenchido não entram no país. E quando digo completamente preenchido, é mesmo completamente… Têm os vossos dados pessoais, e o nome e morada do Hotel/Riad/Casa onde vão ficar, em resumo do local onde vos podem encontrar.

Como ia fazer um tour e ia ficar em mais do que um local não preenchi esta parte, upssss… Falha minha. Quando desembarquei e cheguei à fila de controlo de passaportes, era um “mar de gente”, e surpreendentemente tudo muito calmo e silencioso. Existiam 2 filas e o polícia mandou-me para a fila da direita, soube mais tarde que os outros 3 participantes do tour que vinham no mesmo voo foram para a outra fila e despacharam-se bem mais rápido do que eu, embora também tenham pensado como eu e não preencheram a parte da morada no formulário. Então, estive 1h30m na fila até chegar a minha vez…

Na fila conheci uma hospedeira de bordo que vinha a Marrocos em férias e que disse que nunca tinha estado tanto tempo para entrar no país. Chegou a minha vez e aqui começa a primeira aventura. Entretanto estava em stress porque o voo tinha atrasado e a fila era enorme, e tinha o transfer à minha espera para me levar para o Riad. Enviei um SMS à Rita Leitão do Marrocos.com a avisar que tinha acabado de chegar, mas que a fila era muito grande e que não tinha noção de quanto tempo ia demorar.

“Ela respondeu-me logo, para não me preocupar, que vinham mais três pessoas do tour no mesmo voo e que o motorista nunca se iria embora sem estarmos todos.”

Agora era a minha vez, e o polícia pergunta onde vou ficar, eu explico em inglês que vou fazer um tour e vou ficar em vários sítios e que tenho o motorista à minha espera, ele responde que sem a morada não entro, eu respondo que não imprimi nada, que foi tudo por e-mail e ele diz então mostre o e-mail. Eu sabia que os dados em roaming em Marrocos, com o pacote de comunicações que tenho são um absurdo e por isso tinha os dados de roaming desligados, (não me preocupei em comprar um cartão ou fazer outro plano porque tinha a informação de que os Riads onde ia ficar, e a maioria dos cafés e restaurantes em Marrocos tinham wi-fi grátis e com qualidade, o que na realidade se verificou), assim que os liguei para ver o e-mail (começam a chegar todas as notificações das redes sociais e afins…), procuro pelo e-mail, entretanto o policia a apresar-me, o stress… E recebo um sms da operadora de telecomunicações a dizer que atingi 10 euros de dados de Roaming, imaginem em 5 minutos…desligo os dados e penso que é mais fácil, rápido e barato ligar à Rita Leitão. Digo ao polícia que vou ligar para a agência de viagens, estão a ver porque demoramos 1h30m para entrar no país…, mas o polícia sempre bem disposto. A Rita atendeu logo, deu-me o Nome e a Morada, e…Passaporte Carimbado!!!

Oficialmente em Marraquexe

Agora é altura de ir buscar a mala, que já me tinha ocorrido várias vezes que andaria na passadeira a dar voltas e voltas… Mas aqui tudo ok, pego na mala e vou à procura do motorista. Tenho de procurar um motorista com um cartaz a dizer Rita Leitão. Por norma os motoristas estão à nossa espera dentro dos aeroportos, aqui não, têm de sair e depois vêem de lado uma zona onde estão várias pessoas com cartazes. Assim que passo as portas do aeroporto lá está ele, com mais 3 pessoas, 2 raparigas e um rapaz. Assim que me aproximo dizem todos Sónia Justo? E eu respondo Simmmmmm. Coitados, estiveram algum tempo à minha espera… Apresentações feitas e seguimos para a carrinha que nos vai levar ao Riad Dar El Masa, no centro da Medina de Marraquexe, e que será o nosso transporte nos próximos dias. O percurso demora cerca de 30 minutos.

Um Riad é o equivalente a um pequeno hotel de Charme, são antigas casas senhoriais que foram recuperadas, têm normalmente até 10 quartos, sem janelas para o exterior da casa, todas as janelas dão para um pequeno páteo interior onde normalmente têm uma fonte, aqui o clima mantém-se fresco e agradável.

A carrinha ficou numa praça perto do Riad, as ruas são muito estreitas e os carros não podem passar em muitas delas. O motorista levou-nos até à porta do Riad, entre ruelas estreitas, com motas, bicicletas e pessoas a passar em ambos os sentidos, e lojas com os artigos a ocupar uma parte da rua. Aqui temos o primeiro contacto com o frenesim desta cidade. Said, o funcionário do Riad recebeu-nos com o tradicional chá de menta e frutos secos. Preenchemos novamente um formulário com os nossos dados pessoais. E de seguida recebemos um mapa da Medina com o número de telefone do Said e um cartão do Riad, para o caso de nos perdermos ou necessitarmos de alguma coisa. O Said explicou-nos como chegávamos até à famosa Praça Jemaa El Fna, a 5 minutos a pé do nosso Riad. Deu-nos algumas dicas, como por exemplo, andar sempre pela direita e olhar sempre para os dois lados antes de atravessar, aqui ninguém vos vai dar prioridade.

Foi tempo para tirar as primeiras fotos e publicar nas redes sociais, sim temos free Wi-Fi, assim como na maioria dos restaurantes, cafés e Riads onde ficámos. Até em algumas ruas conseguimos wi-fi.

Fomos conhecer os quartos, e como eu ia sozinha, partilhei o quarto com outra participante no tour que também estava sozinha. Caso queiram ficar no quarto individual é possível mediante o pagamento de um suplemento, no momento em que fazem a reserva, caso contrário “emparelham-vos”, com outra pessoa do mesmo sexo a viajar também sozinha no tour.

Combinámos ir até à Praça Jemaa El Fna para termos o verdadeiro primeiro contacto com a cidade, para passear, comer e tirar fotos.

O Funcionário do Riad foi connosco até à Praça para termos uma noção do caminho e não nos perdermos no regresso. Indicou-nos no mapa que nos havia dado as ruas que devíamos seguir, e a parte da Medina até onde era seguro irmos sozinhos sem nos perdermos. Indicou-nos ainda um restaurante onde poderíamos jantar nessa noite. Isto eram mais ou menos 14horas.

A Praça Jemaa El Fna

A praça Jemaa El Fna, é classificada como património mundial pela UNESCO e aqui podem encontrar a verdadeira essência de Marraquexe, com a mistura de sons, cheiros e confusão. Aqui encontram um pouco de tudo, desde bancas de comida, encantadores de serpentes e macacos amestrados, a tatuadoras de hena, músicos e dançarinos.

Aqui há alguns cuidados fundamentais a ter para evitar cair nos embustes a turistas. Recusar sempre que vos querem oferecer algo, aqui ninguém vos vai oferecer nada. Depois de aceitarem vão-vos pedir dinheiro, e não vai ser muito agradável discutir com alguém que está com os amigos, sendo nós os estrangeiros… Depois não fotografem ninguém sem a autorização da pessoa, até porque vos vão pedir dinheiro para se deixarem fotografar, e lembrem-se acaba também por ser uma questão de respeito, de certeza que também não gostavam que vos fotografassem descaradamente, certo? Se quiserem fotografar as cobras e os encantadores de serpentes perguntem primeiro quanto é, e negoceiem o preço sempre, de tudo, caso contrário depois de tirarem a foto vão-vos pedir preços exorbitantes, porque sabem que os turistas caem nesses truques. Mas vocês já não têm desculpa, está tudo aqui explicado… Tirámos uma foto de longe ao encantador de serpentes e ele veio atrás de nós a pedir dinheiro.

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Outro truque a evitar são as tatuadoras de hena, este conselho é para as senhoras, assim que virem mulheres com seringas nas mãos escondam as vossas mãos, assim elas já não as conseguem agarrar enquanto estão distraídas. Agarram-vos na mão e começam a pintar sem que tenham tempo para reagir, se isto vos acontecer é retirar logo a mão e impedir que continuem a pintar e dizer que não querem, normalmente esta hena é de má qualidade e pode causar alergias. Caso queiram negociem o preço antes que continuem a fazer o desenho, porque se não o fizerem quando estiver terminado vão-vos pedir 800 ou 600 dirhams por algo que vale 20 ou 30 no máximo. E vão argumentar que o preço estava na foto que vos mostraram quando escolheram o desenho, e realmente estava, mas em letras minúsculas. Lembrem-se, em Marrocos em qualquer que seja a cidade o segredo é sempre negociar primeiro, e se depois de negociar o vendedor chegar ao preço que vocês ofereceram aí têm de comprar, não vale desistir da compra.

O Primeiro Choque Cultural

Depois de passearmos na Praça decidimos explorar os souks da Medina, nas ruelas estreitas até ao ponto que o funcionário do Riad nos tinha indicado. A fome já apertava e decidimos comprar alguns doces com aspecto maravilhoso dispostos naquelas bancas, até porque queríamos tirar fotos e sem comprarmos não nos arriscávamos. Escolhemos os doces, o vendedor pega na caixinha e…. Primeiro choque cultural, pega nos doces com a mão se luva, sem saco sem nada e a seguir pega no dinheiro para nos fazer o troco… Mas os doces esses eram bons, mas com muito açúcar para o meu paladar, assim como tudo em Marrocos, sabem que em média um marroquino consome cerca de 35 kgs de açúcar por ano? Até o famoso chá de menta é confeccionado logo com o açúcar e depois de pronto ainda adicionam os torrões de açúcar. Até a coca-cola é mais doce.

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Não nos aventurámos para além das indicações do Said, e voltámos à praça, confesso que pensei que a praça fosse mais movimentada, não achei o frenesim e a confusão que tinha lido. Mas quando voltámos depois do jantar apercebi-me que a magia da Jemaa El Fna acontece ao anoitecer, quando montam as barracas de comida. As pessoas começam a chegar e a praça ganha toda uma nova vida.

A praça é rodeada por diversos cafés e restaurantes com terraços, que oferecem uma vista magnífica. Escolhemos o Café de France para beber uma bebida fresca e assistir ao nosso primeiro pôr-do-sol em Marrocos. A coca-cola custou-nos o equivalente a 3 euros, e lembrem-se de pedir as bebidas sempre sem gelo e para as abrirem sempre na mesa ao pé de vocês. A água da torneira não é aconselhada em Marrocos. Se quiserem utilizar o wc têm de deixar uma moeda, assim como em vários locais em Marrocos.

As cadeiras do terraço têm a cor desbotada pelo sol, e os empregados não ganham certamente o prémio de mais simpáticos do mundo, mas a fantástica vista sobre a Praça, com a mesquita Koutobia ao fundo vale a pena. Ficámos a ver a transformação que acontecia na praça, com o frenesim e a confusão a aumentar.

Depois jantámos num restaurante ali perto, que não nos impressionou, voltámos à praça, agora sim como eu a tinha imaginado. E por volta das 23h30m voltamos ao Riad para descansar.

Apesar de todo o frenesim e confusão, em momento algum me senti insegura.

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